terça-feira, 24 de abril de 2012

MMA - O OUTRO LADO QUE NINGUÉM CONTA



Na Roma antiga, os gladiadores eram obrigados a se enfrentarem, para entreter o povo rude daquela época. A platéia era composta por pessoas sem cultura, e sem valores morais. A luta terminava quando um deles morria, ou ficava gravemente ferido a beira da morte, sem poder continuar com o duelo. 
Esse evento fazia parte da política do "dai pão é circo ao povo", tática utilizada na antiguidade para que os miseráveis e explorados se divertissem e com isso esquecessem as mazelas a que eram submetidos pelo Rei. Era uma forma de controle da plebe.

A diferença entre os antigos gladiadores e o MMA atual, é que hoje, o duelo não tem que terminar em morte, embora o risco exista, mas, há algumas semelhanças, como o quanto mais sangue melhor, para o delírio do público ávido por cenas violentas. Outra diferença, é que hoje há muitos interesses financeiros envolvidos no evento, com emissoras de televisão e patrocinadores de peso.

Os empresários do negócio dizem que o evento é um "esporte" porque há "regras" na luta, todavia, essas regras são regadas a sangue.
Chega a ser repugnante o sentimento de êxtase que invade a platéia ao verem o lutador ensanguentado e bastante ferido. O que nos tornamos?
Será que já não basta a violência que acontece diariamente em nossas cidades, e em todo o mundo?

Infelizmente, a "glamourização" e os holofotes da mídia, contribuem para estimular e banalizar a violência que há nesses duelos.
Alguns bad boys mau resolvidos, se inspiram nessas lutas para saírem por aí , em noites de esbórnia, distribuindo porradas. É uma forma perversa que adotam, como válvula de escape para suas frustrações, ou para se auto afirmarem. É como se a força bruta ou técnicas de luta fosse um atestado de comprovação da masculinidade.

Em artigo publicado na Folha de São Paulo - 05/10/13 ( Violência como lucro), José Mentor, Advogado, deputado federal e autor do Projeto de Lei nº 5.534/2009, que trata da transmissão desse tipo de luta pelas emissoras de televisão, afirma que "nos últimos 15 anos, vários lutadores morreram no mundo por causa dessa prática, ou ficaram tetraplégicos".


Golpe violento e certeiro

Jair Raso, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Neuro cirurgia, afirma em outro artigo publicado na Folha de S.Paulo, que "além da violência inspirada por essas lutas, há o mal que elas causam à saúde dos lutadores.  Dustin Jenson, lutador de MMA, morreu seis dias após sofrer uma lesão no cérebro durante uma luta em maio de 2012, nos Estados Unidos. O lutador de boxe brasileiro Maguila é um exemplo do portador de doença relacionada à luta: tem quadro de demência atribuído aos repetidos traumatismos cranianos". Ainda segundo Jair Raso, "o MMA, verdadeiro vale-tudo, também pode ocasionar traumatismos cranianos com danos ao cérebro. Sequelas definitivas em seus praticantes são comuns"


Devido a interesses financeiros, os empresários desses eventos e parte da mídia não divulgam esses fatos negativos ocasionados por essas lutas.
Eventos "esportivos" como esse,  não agregam nada de bom aos jovens. Contribui para estimular o instinto de quem já tem pré disposição para a agressividade. 
Na antiguidade, havia uma atenuante, pelo fato do povo daquela época não possuir cultura nem valores morais, viviam em uma sociedade medieval e brutalizada, mas, e quanto a sociedade de hoje que se diz civilizada?



Vejam o forte impacto na cabeça

 reflexão.
 No Brasil, a rinha de galos é proibida desde 1934, no entanto, a rinha de homens (UFC/MMA) não é, ou seja, nesse contexto um ser humano tem menos importância que uma ave.

Veja mais:
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Rostos mais castigados pós luta - Manual do Homem Moderno

LUTADOR DE MMA FICA PARAPLÉGICO

NOCAUTES VIOLENTOS DO UFC
  
DANA WHITE, CONDENA LUTA DE MMA ENTRE CRIANÇAS, PAIS QUE AUTORIZAM DEVERIAM APANHAR.



Luiz Lira

Atuo na área de Recursos Humanos.
Nas horas vagas, gosto de ler, refletir e opinar sobre comportamento, relacionamentos e dilemas do cotidiano. 
Gosto de compartilhar temas que estimulem a reflexão.