quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SEXO CASUAL - Quando pode tornar-se um problema.


GAROTA OBJETO - O PARADOXO DA MULHER MODERNA
Dentre as reivindicações e reclamações do movimento feminista, algumas mulheres de vanguarda queixavam-se também, do fato de muitos homens as verem como um mero objeto sexual. Elas não queriam ser desejadas apenas para fins sexuais. Esse papel, segundo elas, pertencia às garotas de programa ou prostitutas, no entanto, atualmente, a apologia da mulher moderna ao sexo casual, não é outra coisa se não a concordância e aceitação do homem e da mulher como meros objetos sexuais. Basicamente usa-se e descarta.
Não se trata de entrarmos na questão do falso moralismo do que é certo ou errado, mas é algo para refletirmos.

Tudo pelo prazer


O sexo casual sempre existiu, porém, de forma bem mais contida e secreta. A liberação feminina, sobretudo a ocorrida nos últimos anos, e a ênfase dada ao assunto, com ares de modernidade pela mídia em geral, incentivou esse tipo de relacionamento. 
Com essa mudança comportamental, o sexo casual vem perdendo gradativamente a conotação pejorativa que vincula sexo sem compromisso com coisa de mulher fácil, vadia, etc.  Com isso, as pessoas tendem a aceitá-lo com menos reprovação moral. 

O problema, é quando as pessoas se acomodam com esse tipo de relacionamento, por não quererem assumir qualquer responsabilidade perante a vida, seja por imaturidade, comodismo, egocentrismo, rebeldia, algum conflito interno, ou apenas pelo prazer da libertinagem, perdendo-se com essa atitude a riqueza das relações emocionais que permitem o amadurecimento, e a satisfação íntima num nível mais profundo da vida a dois.

O oba-oba do sexo casual. 

Quando esse tipo de relacionamento passa a ser habitual, o sexo torna-se apenas uma necessidade fisiológica, funcionando na base do "piloto automático", uma espécie de "test drive" com múltiplos parceiros (as), algo parecido com animais irracionais quando estão no cio, onde ninguém é de ninguém, movidos apenas pelo instinto, sem qualquer envolvimento emocional.
Essa mudança comportamental contribui em parte para a banalização do sexo e à cultura dos relacionamentos descartáveis.



A internet, com suas redes sociais e sites de relacionamentos, tornou-se um facilitador para encontros casuais. Com a justificativa de ser algo moderno, praticado por pessoas descoladas, sem preconceitos ou tabus, os jovens estão mergulhando de cabeça nesse tipo de relacionamento, com parceiro(a) desconhecido ou que pouco conhece, sem ao menos se preocuparem na maioria das vezes, com a proteção da camisinha, ou se o parceiro ou parceira é do tipo "atração fatal", desequilibrado, agressivo, maluco, etc.

Embora tenham mais informações a disposição do que as outras gerações, os jovens deixam de lado o preservativo por confiarem no outro, ou simplesmente por levarem em consideração apenas o visual do parceiro(a).




E agora?
Essa propagada liberdade sexual, onde se faz sexo com pessoas que pouco conhece ou totalmente desconhecidas, predispõe ao risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a AIDS que ainda não tem cura.  

Pode parecer papo de "tiozinho careta" mas não é não. Segundo reportagem do jornal "O Estado de São Paulo" de 27/11/15, em 10 anos, a taxa de HIV entre adolescentes do sexo masculino triplicou na capital paulista.

Em todo o Brasil, o número de pessoas contaminadas  chegou a 57 mil em 2014, especialmente entre homens de 15 a 24 anos.
Houve um aumento de mais de 40% de casos nessa faixa etária, segundo Rachel Muarrek, médica infectologista do Hospital São Luiz Morumbi, na capital paulista. O motivo para essa estatística, explica a especialista, é o comportamento sexual do brasileiro.

Eventualmente, o sexo casual é válido, porém, em determinadas situações, a apologia a esse tipo de relacionamento, de certa forma, pode contribuir para  que pessoas imaturas, com baixa auto estima, que se sentem sozinhas, ou que passaram por uma situação de rejeição, decepção amorosa, ou até mesmo por estímulo do grupo, passem a trocar de parceiros para a pratica do sexo casual com a mesma facilidade e naturalidade com que trocam de roupa, podendo levá-las à promiscuidade, e demais consequências, como as DST's, e talvez, futuros prejuízos à vida emocional da mulher.

Não devemos ter atitudes moralistas, hipócritas, ou fazer juízo de valor em relação ao sexo casual, todavia, isso não significa que devamos nos descuidar da prevenção, e entrar em algo parecido com uma “roleta russa”.




Luiz Lira
Atuo na área de Recursos Humanos.
Nas horas vagas, gosto de ler, refletir e opinar sobre comportamento, relacionamentos e dilemas do cotidiano. 
Gosto de compartilhar temas que estimulem a reflexão.

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Por que sexo casual pode ser algo ruim / maisdetrinta.com.br

Relacionamentos na era digital e o sexo casual

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